Introdução
"Após vários anos de trabalho, Caravaggio andou de cidade em cidade servindo vários senhores importantes. É um trabalhador incansável, porém orgulhoso, teimoso e sempre disposto a participar em discussões e a envolver-se em brigas, o que se torna difícil conviver com ele". - Floris Claes van Dijk
Excluindo os seus princípios, Caravaggio pintou fundamentalmente temas religiosos. No entanto, foram várias as vezes em que as suas pinturas feriam as susceptibilidades dos seus clientes. Nos seus quadros, em vez de adoptar nas suas pinturas belas figuras etéreas, delicadas, para representar acontecimentos e personagens da Bíblia, preferia escolher por entre o povo, modelos humanos tais como prostitutas, crianças de ruas e mendigos, que posavam como personagens para as suas obras. Em a "Flagelação de Cristo" compôs uma coreografia com contrastes de claro-escuro, onde Cristo se aprentava num movimento de total abandono, conseguindo uma composição de beleza carismática. Já em "São João Batista", demonstra um jovem de olhar provocador - julgava-se que esse modelo era um dos seus amantes. Caravaggio, procurou a realidade palpável e concreta da representação. Utilizou como modelos, figuras humanas, sem qualquer receio de representar a feiura, a deformidade em cenas provocadoras, características essas que distingue as suas obras. Tudo isso chocou os seus contemporâneos, pela rudez das suas pinturas. Dos efeitos que Caravaggio dava aos quadros originou "Tenebrismo" , onde os tons terrosos contrastam com os fortes pontos de luz.
[editar]Vida
Durante sua vida, Caravaggio era considerado enigmático, fascinante e perigoso. Nascido no Ducado de Milão, onde seu pai, Fermo Merisi, era administrador e arquiteto-decorador do marquês de Caravaggio, Michelangelo Merisi surgiu na cena artística romana em 1600 e, desde então, nunca lhe faltaram comissões ou patronos.
Porém ele lidou com seu sucesso de maneira atroz. Uma nota precocemente publicada sobre ele, em 1604, descrevia seu estilo de vida três anos antes: "após uma quinzena de trabalho, ele irá vagar por um mês ou dois com uma espada a seu lado e um servo o seguindo, de um salão de baile para outro, sempre pronto para se envolver em alguma luta ou discussão, de tal maneira que é bastante torpe acompanhá-lo." (Floris Claes van Dijk; Roma, 1601)
Considerado um farrista inconseqüente, ele vivia com problemas com a polícia, sem dinheiro e buscava brigas nos pulgueiros da cidade. Em 1606, matou um jovem durante uma briga e foge de Roma, com a cabeça a prêmio. Passou porNápoles, depois por Malta e pela Sicília, onde pintou telas de lirismo transfigurado, como: A ressurreição de Lázaro(Messina), na qual, sob o pavor de um imenso espaço vazio, um raio de luz rasante parece imobilizar o drama sagrado.
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