quarta-feira, 13 de junho de 2012

Lei anti-fumo



Já está valendo a lei antifumo que acaba com os fumódromos de todo o país. O que já era regra em alguns estados, como São Paulo, passa a ser obrigatório em todos os estados da federação. Seja público ou privado, passa a ser proibido fumar em qualquer lugar fechado. Segundo o ministro da saúde Alexandre Padilha, serão extintos os espaços destinados aos fumantes na maioria dos lugares. Existirão alguns lugares que ainda vão ter uma regulamentação apropriada, como é o caso dos shoppings.
A lei foi modificada com base no argumento de que os fumódromos impedem que a fumaça circule, e as substâncias que vem da fumaça podem causar doenças. As autoridades prometem fiscalização, e os estabelecimentos que descumprirem as regras serão multados. Ainda que sejam aplicadas multas aos estabelecimentos, não estão previstas punições aos fumantes que desrespeitarem a lei.
Outra mudança é a elevação no preço dos cigarros. A partir de janeiro o maço vai ter seu custo acrescido de cerca de 20%. Segundo o Ministério da Saúde, 15% dos brasileiros adultos fumam hoje em dia. O combate e tratamento à doenças relacionadas ao consumo de tabaco custam quase R$ 400 milhões aos cofres públicos.
A lei também prevê que em quatro anos os maços tenham advertências na parte da frente da caixa e que os fabricantes de cigarro não possam mais divulgar suas marcas em eventos musicais e esportivos. A expectativa das autoridades é de que os números relacionados ao consumo de cigarros tenham um decréscimo significativo no Brasil, assim como em outros países onde a lei foi adotada. Na Inglaterra, uma lei parecida com a brasileira reduziu o número de infartos em 21%.
O cigarro e seus males
Um dos produtos de consumo mais vendidos no mundo, o cigarro são classificados pela revista The Economist como um dos produtos mais lucrativos do comércio atual. Anualmente a indústria mundial de cigarros fatura cerca de US$ 285 bilhões, e a brasileira US$ 4,5 bilhões. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a vida dos americanos fumantes é reduzida, coletivamente, em cerca de cinco milhões de anos, a cada ano que massa. O fumo causa a morte de 420 mil pessoas por ano, apenas nos EUA, o equivalente a 50 vezes mais mortes do que as causadas elas drogas ilegais.
O cigarro é composto por uma mistura de cerca de 4700 substâncias toxicas. Entre elas há alguns componentes gasosos, como o monóxido de carbono e algumas partículas como o alcatrão, a nicotina e a água. Também são encontradas no cigarro substâncias como a acetona, o arsênico, o butano e o cianido. A preocupação das autoridades de saúde é, além da saúde dos fumantes, a saúde das pessoas que estão ao redor. Mesmo sem fumar, quem está exposto a essa fumaça sofre com os efeitos das substâncias tóxicas presentes nos cigarros. São os fumantes passivos. Os pulmões dessas pessoas, que estão simplesmente próximas de fumantes, ficam expostos a pelo menos 43 substâncias comprovadamente cancerígenas.
A fumaça do cigarro contém toxinas que irritam os olhos, o nariz e a garganta e diminuem a mobilidade dos cílios pulmonares, causando alergias respiratórias. Além disso, a fumaça também é constituída por monóxido de carbono (CO) que, quando inalado, reduz a capacidade do sangue de carregar oxigênio.
Além de causar dependência, o cigarro é responsável por índices alarmantes. Cerca de 87% das mortes causadas por câncer de pulmão ocorrem entre os fumantes, e mulheres que fumam tem uma probabilidade maior de desenvolver câncer de mama. Além disso há relações cientificamente provadas entre o fumo e a diabetes, o câncer de cólon, a asma, a leucemia e muitas outras.
No Brasil, estima-se anualmente a morte precoce de 80 mil pessoas em decorrência do tabagismo, número que vem crescendo ano a ano. Isso equivale dizer que dez brasileiros morrem a cada hora por causa do consumo de cigarros. Mundialmente esses índices são bem pores. Estima-se que três milhões de pessoas morram por ano por causa do fumo. Esse índice representa seis mortes a cada minuto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, caso a situação continue como está, o número de mortes anual em 2020 chegará a 10 milhões.

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