quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Atualidades. (Pedreiro é encontrado com um vergalhão no pescoço)


RIO - O pedreiro Ronaldo Gonçalves de Lima, de 36 anos, se preparava para almoçar quando ouviu um pedido de socorro. Na obra ao lado a que ele trabalhava, em Copacabana, na Zona Sul, encontrava-se Francisco Bento Barroso, de 47 anos, caído com um vergalhão atravessado no pescoço. Ronaldo correu imediatamente para pegar uma lixadeira e desceu para ajudar. O pedreiro contou com a ajuda do filho, Lucas Mendes de Lima, de 16 anos, para cortar o vergalhão. O acidente ocorreu por volta 12h30m, mas Ronaldo disse que o socorro dos bombeiros demorou mais de 30 minutos para chegar.
- Nunca tinha visto nada igual! O mais importante era salvar a vida dele. Era só nisso que a gente pensava - disse o pedreiro.
De acordo com Ronaldo e o filho, Francisco estava muito nervoso e durante todo o tempo em que aguardou o socorro tentou arrancar o vergalhão do pescoço, sendo impedido pelas pessoas que estavam ao redor.
- Ele ficava repetindo "moço, me tira daqui. Tira esse ferro do meu pescoço". Estava muito assustado - contou Lucas.
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, médicos do Hospital Miguel Couto contaram que o operário deu entrada na unidade de saúde às 13h30m de quarta-feira com um vergalhão atravessado na parte posterior do pescoço, do lado direito e saindo pela nuca. A posição do objeto impediu o exame de RX, e o paciente foi levado diretamente para o centro cirúrgico. Segundo o cirurgião Alexandre Azevedo, a maior dificuldade da operação foi conseguir isolar os vasos sanguíneos para evitar uma hemorragia durante a retirada do vergalhão.
O médico ressaltou, no entanto, que a imagem foi mais impactante do que a técnica utilizada para retirada do objeto. A cirurgia durou cerca de duas horas. O paciente encontra-se consciente na Unidade de Terapia semi-intensiva, onde deve permanecer por pelo menos quatro dias. Ainda não há previsão de alta. Devido aos ferimentos, Francisco pode sofrer neuropraxia, quando a pessoa perde a sensibilidade da face e da boca, segundo os médicos. No entanto, o cirurgião ressalta que o problema pode ser temporário. Nos próximos dois dias, o paciente também corre risco de infecções e de uma trombose segundaria da artéria carótida, que pode levar a formação de coágulos que acarretaria em um acidente vascular cerebral.
O diretor do Miguel Couto, Luiz Alexandre Essinger, comentou que o caso confirma uma velha lenda médica:
- Na medicina, a gente tem o conhecimento de que doenças ou lesões raras costumam vir em pares. Quando uma se apresenta, em questão de dias, semanas ou poucos meses outro caso semelhante ocorre - disse o diretor, referindo-se ao operário Eduardo Leite Costa que, em agosto, foi operado na unidade de saúde após ter o crânio atravessado por um vergalhão.Na manhã desta quinta-feira, o Conselho Regional e Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ) vai vistoriar a obra na Ladeira dos Tabajaras, na altura do número 621, em Copacabana, onde o operário trabalhava.
Em agosto, um caso ainda mais grave chamou a atenção e garantiu até fama a um médico do Miguel Couto. O operário Eduardo Leite Costa, de 24 anos, foi operado na unidade após ter o crânio atravessado por um vergalhão. Ele trabalhava numa obra em Botafogo, quando o pedaço de ferro de dois metros de comprimento se desprendeu e despencou do quinto andar do prédio.
O vergalhão atravessou o capacete de Eduardo, perfurou o seu cérebro e saiu pela região entre os olhos, acima do nariz. O impacto foi de cerca de 300 quilos. No caso de ontem, não foi a mesma equipe médica que fez a cirurgia.
Surpreendentemente, Eduardo chegou consciente ao hospital, falando normalmente. Ele deu informações a seu respeito à equipe médica, como seu nome e idade. Só não sabia direito o que tinha acontecido com ele para o vergalhão ir parar em sua cabeça.
Eduardo foi submetido a uma cirurgia de cinco horas e não apresentou nenhum tipo de sequela, o que foi considerado mais um milagre. Ele permaneceu durante cerca de uma semana no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da unidade e teve alta duas semanas após o acidente.

 http://oglobo.globo.com/rio/moco-me-tira-daqui-tira-esse-ferro-do-meu-pescoco-pediu-operario-ferido-por-vergalhao-6078562#ixzz26N2w2uuw 

Nenhum comentário:

Postar um comentário