01/10/2012 07h54
- Atualizado em
01/10/2012 07h54
Sistema de cotas em universidades divide opiniões em Uberlândia, MG
Para especialistas, modelo garante acesso de classes desfavorecidas.
Os estudantes discordam do sistema de cotas raciais.
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Cotas em universidades dividem opiniões em
Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Integração)
A decisão de cumprir o sistema de cotas nas universidades federais em todo o Brasil tem gerado polêmica em Uberlândia,
no Triângulo Mineiro. Enquanto alunos discordam da medida, professores e
especialistas em educação garantem que o sistema é uma das formas de
garantir o acesso das classes mais desfavorecidas à educação.Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Integração)
Em Uberlândia, de acordo com o censo de 2010, dos 604.013 habitantes, 381.657 estão dentro da renda familiar estipulada no sistema de cotas. Ou seja, mais de 63,3% da população ganha até um salário mínimo e meio. Sobre a cota racial, enquanto a população de negros, amarelos e pardos registrou crescimento de 2000 a 2010, a indígena diminuiu de 1.551 para 965 pessoas.
O sistema de cotas sancionado pela presidente Dilma Rousseff reserva 50% das vagas nas universidades públicas para alunos que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas. Desse total, a metade será voltada para estudantes com renda familiar de até um salário e meio por pessoa. A outra metade para alunos negros, pardos e índios de acordo com a proporção dessas populações em cada estado, segundo o IBGE.
A estudante e técnica em enfermagem, Átila Pereira Lima, considera que as cotas deveriam ser voltadas para pessoas de baixa renda e não por raça. “Se forem cotas raciais sou totalmente contra. Não é a raça que vai favorecer o estudante a ingressar. Quanto aos estudantes de escola públicas eu sou a favor, pois universidades federais têm quem beneficiar estudantes de escolas públicas”, opinou.
Mesmo com descendência indígena o universitário Vitor Iuri Café Pereira não se declarou índio quando foi prestar vestibular. O estudante de engenharia biomédica é contra o sistema de cotas. “As pessoas precisam estudar por própria conta para passar na universidade”, considerou.
Especialistas apoiam
Para o diretor de uma escola particular da cidade, Thomé Antônio, a lei vai ajudar a diminuir a desigualdade social. “A educação é o único meio seguro de promover a ascensão social das classes mais baixas do país”, salientou. Doutor e professor em Educação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Helvécio Cunha, defende as cotas para garantir igualdade de condições para entrar na universidade. “Elas vão pegar um grupo social e econômico, inclusive social, e dar igualdade de condições para o ingresso no ensino superior”, concluiu.
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