sexta-feira, 1 de março de 2013

EUA: Brasil tem papel fundamental no futuro da América Latina



EUA: Brasil tem papel fundamental no futuro da América Latina


Dilma fala durante a 67º Assembleia Geral da ONU, em Nova York (foto de arquivo) Foto: AP
Dilma fala durante a 67º Assembleia Geral da ONU, em Nova York 



O Brasil desempenhará um papel fundamental no futuro da América Latina e terá mais pontos de convergência do que de divergência com os Estados Unidos nas próximas décadas, destaca o relatório de Inteligência divulgado nesta segunda-feira nos EUA. "Brasil exercerá um papel de primeira ordem no futuro da região e este país terá mais coisas em comum com os Estados Unidos que divergências" nas próximas décadas, avaliam os analistas de Inteligência no relatório "Tendências Globais 2030".
A América Latina manterá sua tendência a ser cada vez mais estável, e a "principal conclusão que se pode tirar da última década de sucesso" é que "temos relativa confiança de que isto continuará", disse à imprensa Mathew Burrows, assessor do Conselho Nacional de Inteligência. "O que vemos (...) é uma tendência geral a uma maior estabilidade na América Latina", destaca o relatório, que analisa os possíveis cenários mundiais nos próximos 18 anos. "A América Latina e o Caribe sofreram mudanças de grande alcance, incluindo um crescimento econômico firme e uma redução da pobreza", lembrou Christopher Kojm, presidente do Conselho Nacional de Inteligência, salientando o avanço "para a coesão e a integração regionais".
Se a região seguir incrementando sua renda per capita e crescer, em média, 3,5% ao ano, até 2030 seu Produto Interno Bruto representará à metade da economia americana, destaca o relatório de 137 páginas. A principal preocupação da região para a comunidade de Inteligência americana são os países da América Central e do Caribe, que "seguirão frágeis e vulneráveis", com o risco de que sirvam de "refúgio tanto para redes criminosas mundiais como para grupos terroristas e insurgentes locais", disse Kojm. O aumento dos preços dos combustíveis e da comida "colocará pressão adicional nas estruturas governamentais mais frágeis" nestas zonas, enquanto sua "falta de competitividade" e dependência à economia americana podem reduzir as oportunidades para seus jovens.
Ao ser perguntado sobre as implicações de falecimentos de líderes como o venezuelano Hugo Chávez, que está com câncer, ou do cubano Fidel Castro, Burrows admitiu que a mudança de liderança é fonte de "potencial instabilidade", mas reafirmou que a tendência a médio de longo prazo é de "estabilidade" na região. Outra mudança importante envolvendo a América Latina passa pela independência energética dos Estados Unidos, possível nos próximos 10 ou 20 anos, o que significará uma queda ou até a suspensão das importações de petróleo de países como México e Venezuela.

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