Foi no ano de 1965, dois anos após a posse do Padre José Feliciano da Costa Simões como Pároco do Pilar é que foram inauguradas as instalações do Museu de Arte Sacra nas salas anexas da igreja matriz do Pilar. Foi uma decisão pioneira e que de certa forma resolvia algumas questões de salvaguarda de acervos após o Concílio Vaticano II.
Em 1980 com apoio da FIAT Automóveis e Fundação Roberto Marinho a paróquia desenvolveu o “Inventário de Bens Móveis da Paróquia do Pilar” o que possibilitou a criação do Museu do Carmo, na Casa do Noviciado que naquela época achava-se em ruínas. A Fundação promoveu a restauração do prédio e as instalações do Museu de Arte Sacra. No início foram muitos os desafios e o principal deles foi a sua manutenção até que a paróquia tomasse a decisão de reinstalar o museu na Matriz do Pilar. Estas ações ocorreram entre os anos de 1994 e 2000.
Na época, o Museu do Carmo representava uma inovação museológica, principalmente em Ouro Preto, onde os museus apresentavam sistemas expositivos advindos dos anos de 1940. Mas apesar de representar “o novo”, recebeu inúmeras críticas principalmente em razão da utilização dos blocos vermelhos, servindo de base para exposição da imaginária.
Hoje, nos vemos pela necessidade de promover novo tratamento museológico e museográfico desse acervo precioso que atende um público anual em torno 100 mil visitantes.
A Paróquia do Pilar possui um rico patrimônio histórico-artístico, acumulado ao longo de quase três séculos, nas 23 igrejas e capelas filiadas. A partir dos anos de 1980, a Paróquia do Pilar e sua comunidade – guardiões desses bens – passou a promover atividades organizadas, face à responsabilidade de garantir a preservação do acervo sob a sua guarda e administração. Para uma efetiva e concreta atuação coube ao museu, institucionalizado a partir de 1985, o papel de prover os recursos necessários, financeiros e técnicos, para o pleno desenvolvimento das atividades de restauração e de preservação desse acervo patrimonial. A princípio buscando e qualificando mão-de-obra da própria comunidade ouro-pretana, uma equipe de profissionais foi criada para atender as diversas áreas, atendendo uma demanda de serviços existente e preenchendo um hiato de investimentos de vários anos. Reconhecidamente nunca houve em Ouro Preto, desde os primeiros anos do tombamento de 1938, um volume tão grande de obras realizadas por uma instituição privada, a ponto de ter esse trabalho reconhecido pelo governo federal em 1996, quando o presidente do Museu de Arte Sacra recebeu das mãos do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o Prêmio Nacional da Cultura.
O foco de atuação do Museu de Arte Sacra são os monumentos religiosos da paróquia e seis bens imóveis civis tombados: a Casa do Noviciado da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo; a Casa da Ordem Terceira de Nossa Senhora das Mercês; a Residência Paroquial; o Centro Social onde funcionam o arquivo histórico, o atelier de restauração de bens móveis e a Escola de Música Padre Simões; a sede da administração do Museu de Arte Sacra de Ouro Preto e Paróquia do Pilar e o Centro de Atendimento ao Visitante e Turista.
Além dos bens imóveis a entidade conta, ainda, com quatro mil objetos de arte sacra e profana catalogados no inventário de bens móveis da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, sete metros cúbicos de volumes de documentos (manuscritos e impressos) do Arquivo Histórico Eclesiástico – séculos XVIII a XX e o acervo de partituras dos séculos XVIII e XIX, da música sacra colonial mineira.
Parte do acervo é disponibilizado para a exposição permanente do museu e aberto ao público, não só para visitação, mas também para investigação histórica e científica.
As novas instalações do museu foram inauguradas no ano 2000 disponibilizando na Exposição Permanente, cerca de 400 objetos de arte sacra produzidos entre os séculos XVII e XIX. Compondo-se de alfaias, prataria, ourivesaria, mobiliário e imaginária, os objetos foram classificados e apresentados de forma temática e didática, possibilitando ao público compreender a produção artistica e histórica da sociedade colonial mineira nos periodos estilísiticos do Barroco, Rococó e Neoclássico.
Na Sala do Tesouro o acervo está distribuído em oito vitrines temáticas (Objetos Litúrgicos, A Prata em Minas Gerais, Varas Processionais, Atributos e Adornos, Culto a Nossa Senhora do Pilar, O Aleijadinho, Triunfo Eucarístico e Quaresma e Semana Santa), nos corredores da exposição sobre Pintura Religiosa, na Sala da Sacristia o Mobilário e, ainda, a visita integrada na Igreja Matriz do Pilar. Para 2012 está em fase de estudo, uma revisão completa de toda exposição e de seus recursos museográficos assim como também a implantação da Sala da Imaginária na Sala do Consistório.
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