quinta-feira, 12 de abril de 2012


O Islã
  "Em nome de Deus, Clemente, Misericordioso..."
"Em nome de Deus, Clemente, Misericordioso..."

O islamismo, religião que mais cresce no mundo contemporâneo, nasceu na Península Arábica principalmente a partir da reflexão de Maomé em torno da multiplicidade de deuses existentes nas tribos da própria península assim como das religiões petrificadas, anquilosadas e presas no formalismo ritualístico, sem a vivificação espiritual desejada e desejável, como o cristianismo ortodoxo grego, o cristianismo romano e o judaísmo.  
“Nos 13 séculos que se passaram de sua gênese, a religião congrega hoje mais de 800 milhões de adeptos, "unidos pelo sentimento profundo de pertencerem a uma só comunidade. E essa expansão, que continua, é devida principalmente a um espírito de universalidade que transcende qualquer distinção de raça e permite a cada povo se integrar no Islã mas, ao mesmo tempo, conservar sua cultura própria.” (O Correio da Unesco, 1981).

O Berço

A Península Arábica está localizada no Oriente Médio, limitada entre o Mar Vermelho a oeste, o Oceano Índico ao sul e o Golfo Pérsico a leste, ligada ao continente pelo deserto, que cobre a maior parte da Península. Não existem rios permanentes e o clima é extremamente seco, apresentando oscilações térmicas de áreas e variações de temperatura. Ao centro e a leste encontram-se numerosos oásis, que têm origem na umidade do subsolo, originando poços de água em torno dos quais crescia uma exuberante vegetação tornando possível a vida na região.

Arábia pré-islâmica  

Península Arábica

Por diversas vezes os romanos estiveram às portas da Península Arábica, porém questionaram as vantagens de conquistar uma região tão inóspita e agreste, passando a figurar nos mapas de Roma apenas como a desconhecida província arábica.
As populações que habitavam a região central e setentrional eram de origem semita e encontravam-se divididas em numerosas tribos ou grupos. Os árabes do deserto, conhecidos por beduínos, eram nômades, de características bem diversas dos árabes do sul. Falavam árabe, idioma que acabou se impondo em toda a região.
A difícil sobrevivência levou-os ao cultivo de uma escassa agricultura de tâ­maras e trigo, praticada nos oásis, à criação de rebanhos, às incursões e ao comércio de caravanas que souberam incrementar por toda a península. Os oásis e as cidades serviam-lhes de escala e de entrepostos de mercadorias, utilizando-se das razias para a conquista das melhores regiões.
Segundo alguns geógrafos e historiadores, a Arábia desértica do norte, “machucada por um sol abrasador”, contrastava com o sudoeste, região que se chamou de "Arábia Feliz" (Yemmen), destacando-se a cidade de Aden, entreposto de grande importância comercial nas relações com o Oriente.
A costa marítima era ocupada pelas tribos sedentarizadas que habitavam Meca e Yatreb (mais tarde “Medina”), as duas principais cidades, vivendo como comerciantes ou pequenos artífices, e exportando para o Ocidente o café, o incenso, as tâmaras e os perfumes. Afora o  crescimento desse comércio internacional, também existiam relações mercantis com os árabes do deserto.
Nem os beduínos nem os árabes urbanos possuíam um governo centralizado, prevalecia a organização tribal, não eram raros os conflitos entre as tribos.
Apesar das diferenças culturais, contudo, todos os árabes eram da mesma raça e diziam-­se descendentes de Abraão; a religião mostrava uma nítida influência do judaísmo, não apenas por sua proximidade com o "patriarca". Durante esse período, acreditavam em um deus supremo, Alá, porém não deixavam de adorar uma infinidade de deuses inferiores, os djins, e, através de imagens ou totens, continuavam a cultivar o politeísmo de seus ancestrais.
Cada tribo possuía seus próprios ídolos. Apesar de terem um santuário tribal, existia um comum a todos, que se encontrava em Meca, na Caaba, onde estava depositada a Pedra Negra que, desde tempos imemoriais, se acredita ter sido trazida do céu pelo Arcanjo Gabriel, e todos os ídolos tribais.
Desde a época de Maomé os fiéis sempre rezaram ao redor da Caaba, em Meca, capital  do islamismo.  
A Caaba de Meca
            A importância de Meca não parava de crescer. Para lá fluíam as mais diversas tribos em busca da adoração da Pedra Negra e de seus deuses. Cada tribo trazia de seus lugares remotos produtos típicos que comercializavam a partir das sagradas orações, realizadas por meio de um ritual; porém, todas as transações comerciais eram controladas pela tribo dos coraixitas, uma quase aristocracia árabe.

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