Mulheres
e homens ao longo de boa parte da história da humanidade desempenhavam papéis
sociais muito diferentes. Mas do que se trata o papel social? Segundo a
Sociologia, trata-se das funções e atividades exercidas pelo indivíduo em
sociedade, principalmente ao desempenhar suas relações sociais ao viver em
grupo. A vida social pressupõe expectativas de comportamentos entre os
indivíduos, e dos indivíduos consigo mesmos. Essas funções e esses padrões
comportamentais variam conforme diversos fatores, como classe social, posição
na divisão social do trabalho, grau de instrução, credo religioso e,
principalmente, segundo o sexo. Dessa forma, as questões de gênero dizem
respeito às relações sociais e aos papéis sociais desempenhados conforme o sexo
do indivíduo, sendo o papel da mulher o mais estudado e discutido dentro dessa
temática, haja vista a desigualdade sexual existente com prejuízo para a figura
feminina. Assim, enquanto o sexo da pessoa está ligado ao aspecto biológico, o
gênero (ou seja, a feminilidade ou masculinidade enquanto comportamentos e
identidade) trata-se de uma construção cultural, fruto da vida em sociedade. Em
outras palavras, as coisas de menino e de menina, de homem e de mulher, podem
variar temporal e historicamente, de cultura em cultura, conforme convenções
elaboradas socialmente.
As
diferenças sexuais sempre foram valorizadas ao longo dos séculos pelos mais
diferentes povos em todo o mundo. Algumas culturas – como a ocidental –
associaram a figura feminina ao pecado e à corrupção do homem, como pode ser
visto na tradição judaico-cristã. Da mesma forma, a figura feminina foi também
associada à ideia de uma fragilidade maior qque a colocasse em uma situação de
total dependência da figura masculina, seja do pai, do irmão, ou do marido,
dando origem aos moldes de uma cultura patriarcalista e machista. Assim, esse
modelo sugeria a tutela constante das mulheres ao longo de suas vidas pelos
homens, antes e depois do matrimônio.
Aliás,
o casamento enquanto ritual marcaria a origem de uma nova família na qual a
mulher assumira o papel de mãe, passando das “mãos” de seu pai para as de seu
noivo, como se vê no ato da cerimônia.
Mas
como aqui já se abordou, se as noções de feminilidade e masculinidade podem
mudar ao longo da história conforme as transformações sociais ocorridas, isto
foi o que aconteceu na cultura ocidental, berço do modo capitalista de
produção. Com o surgimento da sociedade industrial, a mulher assume uma posição
como operária nas fábricas e indústrias, deixando o espaço doméstico como único
locus de seu trabalho diário. Se outrora a mulher deveria apenas servir ao
marido e aos filhos nos afazeres domésticos, ou apenas se limitando às tarefas
no campo – no caso das camponesas europeias, a Revolução Industrial traria uma nova
realidade econômica que a levaria ao trabalho junto às máquinas de tear.
Obviamente, não foram poucos os problemas enfrentados pelas mulheres,
principalmente ao se considerar o contexto hostil de um regime de trabalho
exaustivo no início do processo de industrialização e formação dos grandes
centros urbanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário