“Caso Delta” e irregularidades atrasam obras da Copa do Mundo, mas governo mantém parcerias
Planejamento para o Mundial de 2014 é atrapalhado por escândalos e denúncias
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A menos de um ano para o início da Copa das Confederações, o Brasil ganha mais um fator que atrapalha a entrega das obras do Mundial de 2014: a corrupção. Obras paradas após denúncias ou com licitação paralisada ajudam a formar o quadro atual: mais de 40% dos trabalhos para a competição ainda não começaram.
O dado é do Ministério do Esporte, que lista 101 empreendimentos para a Copa, com apenas cinco deles concluídos e 55 em andamento. Além das dificuldades estruturais e da necessidade de cada vez mais dinheiro público, os escândalos “travam” o andamento dos projetos.
O caso mais emblemático e atual desse problema é o da Delta Construtora S/A, que formou parceria com as esferas Federal, Estadual e Municipal em diversas obras relacionadas ao Mundial. Sob profunda investigação, a empresa foi declarada não idônea pela CGU (Controladoria Geral da União), na última terça-feira (13).
A entidade constatou responsabilidade da Delta em diversas irregularidades, entre as quais desvio de dinheiro público e superfaturamento de obras, detectadas na Operação Mão Dupla, realizada pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público e a CGU, em 2010. A empresa é investigada na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura a atuação do contraventor Carlinhos Cachoeira.
As denúncias a respeito da Delta atrapalham os planos para a Copa do Mundo há meses. Após a explosão do escândalo, a construtora abandonou o Consórcio Maracanã 2014 no final de abril, responsável pela reforma do estádio que receberá a final do Mundial. O projeto, no qual a Delta tinha 30% de responsabilidade, ficou inteiramente com as outras duas empresas do consórcio, Odebrecht e Andrade Gutierrez, com orçamento hoje de R$ 859 milhões.
No mês passado, a Delta também desistiu de tocar as obras de mobilidade para 2014 em Fortaleza, que incluem a ampliação, modernização e túneis nas avenidas Via Expressa, Alberto Craveiro, Dedé Brasil, Paulino Rocha e Raul Barbosa, que dão acesso ao estádio Castelão. Apenas 5% das obras foram concluídas.
A Prefeitura de Fortaleza abriu na última sexta-feira (15) a nova concorrência, um mês depois de anunciar a saída da Delta. A expectativa é que em agosto seja definida a empresa vencedora, e que em setembro as obras sejam reiniciadas. O novo prazo para o término é dezembro de 2013, mas para isso a nova construtora terá de trabalhar em turnos de 24 horas.
Geraldo Accioly, coordenador de projetos especiais da Prefeitura de Fortaleza, afirmou que a nova licitação de R$ 235,15 milhões será melhor fiscalizada para que seja entregue no prazo.
— É questão de a empresa se organizar. Ela vai ter que arcar com o custo disso, com os turnos de trabalho. Se ela não terminar os quatro túneis, ela cai fora.
Governo continuará parceiro da Delta
A declaração da inidoneidade da empresa no Diário Oficial proíbe a Administração Pública de contratar a Delta, sexta maior construtora do País. Porém, as obras já acordadas com governos e municípios antes da publicação podem ser mantidas.
Apesar do anúncio da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e do CGU de que será realizado um “pente fino” em todos os trabalhos da Delta, uma fonte na entidade informou que a maior parte dos contratos existentes com o governo devem ser mantidos.
O dado é do Ministério do Esporte, que lista 101 empreendimentos para a Copa, com apenas cinco deles concluídos e 55 em andamento. Além das dificuldades estruturais e da necessidade de cada vez mais dinheiro público, os escândalos “travam” o andamento dos projetos.
O caso mais emblemático e atual desse problema é o da Delta Construtora S/A, que formou parceria com as esferas Federal, Estadual e Municipal em diversas obras relacionadas ao Mundial. Sob profunda investigação, a empresa foi declarada não idônea pela CGU (Controladoria Geral da União), na última terça-feira (13).
A entidade constatou responsabilidade da Delta em diversas irregularidades, entre as quais desvio de dinheiro público e superfaturamento de obras, detectadas na Operação Mão Dupla, realizada pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público e a CGU, em 2010. A empresa é investigada na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura a atuação do contraventor Carlinhos Cachoeira.
As denúncias a respeito da Delta atrapalham os planos para a Copa do Mundo há meses. Após a explosão do escândalo, a construtora abandonou o Consórcio Maracanã 2014 no final de abril, responsável pela reforma do estádio que receberá a final do Mundial. O projeto, no qual a Delta tinha 30% de responsabilidade, ficou inteiramente com as outras duas empresas do consórcio, Odebrecht e Andrade Gutierrez, com orçamento hoje de R$ 859 milhões.
No mês passado, a Delta também desistiu de tocar as obras de mobilidade para 2014 em Fortaleza, que incluem a ampliação, modernização e túneis nas avenidas Via Expressa, Alberto Craveiro, Dedé Brasil, Paulino Rocha e Raul Barbosa, que dão acesso ao estádio Castelão. Apenas 5% das obras foram concluídas.
A Prefeitura de Fortaleza abriu na última sexta-feira (15) a nova concorrência, um mês depois de anunciar a saída da Delta. A expectativa é que em agosto seja definida a empresa vencedora, e que em setembro as obras sejam reiniciadas. O novo prazo para o término é dezembro de 2013, mas para isso a nova construtora terá de trabalhar em turnos de 24 horas.
Geraldo Accioly, coordenador de projetos especiais da Prefeitura de Fortaleza, afirmou que a nova licitação de R$ 235,15 milhões será melhor fiscalizada para que seja entregue no prazo.
— É questão de a empresa se organizar. Ela vai ter que arcar com o custo disso, com os turnos de trabalho. Se ela não terminar os quatro túneis, ela cai fora.
Governo continuará parceiro da Delta
A declaração da inidoneidade da empresa no Diário Oficial proíbe a Administração Pública de contratar a Delta, sexta maior construtora do País. Porém, as obras já acordadas com governos e municípios antes da publicação podem ser mantidas.
Apesar do anúncio da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e do CGU de que será realizado um “pente fino” em todos os trabalhos da Delta, uma fonte na entidade informou que a maior parte dos contratos existentes com o governo devem ser mantidos.
— Os contratos de grande valor e de execução prioritária dificilmente serão revogados. A construtora deve continuar atuante nesses projetos, até porque seria muito prejudicial para a Administração paralisar tudo e recomeçar.
A Delta possui hoje 103 contratos com o governo, 99 deles firmados com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), alguns deles ligados a obras para a melhoria da mobilidade urbana nas cidades-sedes da Copa. Os valores dos contratos da suspeita construtora, de acordo com a CGU, totalizam R$ 3,6 bilhões.
Procurada pelo R7 para falar sobre obras da Copa do Mundo, a assessoria da Delta S/A declarou que “no momento, não está envolvida com mais nenhuma obra do gênero”.
Problemas também em Minas Gerais
No começo de junho, o Ministério Púbico Federal pediu ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para não liberar mais dinheiro ao Mineirão, uma das arenas da Copa, devido a possíveis irregularidades.
O estádio, considerado hoje com as obras mais avançadas para o Mundial, precisa da próxima parcela de financiamento. O MPF, entretanto, afirma que o Tribunal de Contas do Estado precisar analisar gastos abusivos e ausência de licitação em alguns pontos. Cerca de R$ 400 milhões de empréstimo dos cofres federais também precisam ainda ser esmiuçados.
A Delta possui hoje 103 contratos com o governo, 99 deles firmados com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), alguns deles ligados a obras para a melhoria da mobilidade urbana nas cidades-sedes da Copa. Os valores dos contratos da suspeita construtora, de acordo com a CGU, totalizam R$ 3,6 bilhões.
Procurada pelo R7 para falar sobre obras da Copa do Mundo, a assessoria da Delta S/A declarou que “no momento, não está envolvida com mais nenhuma obra do gênero”.
Problemas também em Minas Gerais
No começo de junho, o Ministério Púbico Federal pediu ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para não liberar mais dinheiro ao Mineirão, uma das arenas da Copa, devido a possíveis irregularidades.
O estádio, considerado hoje com as obras mais avançadas para o Mundial, precisa da próxima parcela de financiamento. O MPF, entretanto, afirma que o Tribunal de Contas do Estado precisar analisar gastos abusivos e ausência de licitação em alguns pontos. Cerca de R$ 400 milhões de empréstimo dos cofres federais também precisam ainda ser esmiuçados.
Referencias:
Acessado no dia 18/06/2012 às 17h23
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