Por volta de 1909 começou a pintar seus famosos cenários
arquitetônicos, solitários, irreais e enigmáticos, onde colocava objetos
heterogêneos para revelar um mundo onírico e subconsciente, perpassado de
inquietações metafísicas.
Para isso, valeu-se da perspectiva tradicional do
Renascimento florentino - que proporcionava ao conjunto uma sensação de
infinitude - de um desenho marcado e de uma luz uniforme, com arcadas, torres,
praças e fachadas.
Em 1911 mudou-se para Paris, onde no ano seguinte fez sua
primeira exposição, muito admirada por Picasso e Appolinaire.
Durante a primeira guerra mundial conheceu num hospital
italiano o pintor futurista Carlos
Carrà, com quem fundou a Scuola Metafisica.
Durante esses anos, introduziu em seus quadros maior
heterogeneidade de objetos; neles apareciam manequins, nus ou vestidos à moda
clássica, enigmáticos e sem rosto ("Heitor e Andrômaca"), que pareciam
simbolizar a estranheza do ser humano diante de sua ambiência.
Na década de 1920, inesperadamente, De Chirico mudou para
um estilo classicista, distanciado do metafísico, e, ainda que tenha participado
da exposição surrealista de Paris em 1925, afastou-se cada vez mais desse
movimento.
Em 1940 regressou à Itália e adotou um estilo já
decididamente acadêmico, baseado em temas mitológicos e clássicos.
Faleceu em 20 de novembro de 1978 em Roma, de uma parada
cardíaca.
Com sua pintura, Giorgio De Chirico antecipou o triunfo da
estética surrealista; de certo modo, o enigma de sua radical transformação
pictórica acrescenta mais uma interrogação ao estranho mundo de suas visões
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