Arte efêmera: Instalações,
performances e happenings
Assunto: artes
Valéria
Peixoto de Alencar*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Muitas vezes, ao
pensarmos em obras de arte, como uma pintura, por exemplo, imaginamos a Monalisa, de Da Vinci, ou O grito do Ipiranga,
de Pedro Américo, ou, ainda, esculturas de mármore... Obras que permanecem ao
longo do tempo e da história.
Mas o que dizer de obras de arte pública, por exemplo? Muitas delas foram produzidas com a clara intenção de serem modificadas pela ação do tempo e, até mesmo, de desaparecer, como o grafite, os tapetes feitos com serragem, sementes e folhas - que, em algumas cidades, a população costuma fazer nas ruas, para a celebração de Corpus Christi ou da Semana Santa -, esculturas de areia ou gelo.
E não podemos esquecer também das instalações, das performances e doshappenings, realizados por artistas contemporâneos, obras que existem apenas durante o tempo em que são realizadas, como a performance Homem-pão, de Tatsumi Orimoto:
Mas o que dizer de obras de arte pública, por exemplo? Muitas delas foram produzidas com a clara intenção de serem modificadas pela ação do tempo e, até mesmo, de desaparecer, como o grafite, os tapetes feitos com serragem, sementes e folhas - que, em algumas cidades, a população costuma fazer nas ruas, para a celebração de Corpus Christi ou da Semana Santa -, esculturas de areia ou gelo.
E não podemos esquecer também das instalações, das performances e doshappenings, realizados por artistas contemporâneos, obras que existem apenas durante o tempo em que são realizadas, como a performance Homem-pão, de Tatsumi Orimoto:
Ou a
obra/performance de Ronald Duarte, Nimbo
Oxalá, na qual existe uma preocupação com a execução,
como se fosse uma espécie de ritual, podendo ser pensada e lida do ponto de
vista do produto realizado naquele momento, ou seja, uma grande coluna de gás
carbônico formando uma escultura efêmera:
Segundo definição encontrada nos dicionários,
efêmero é aquilo que é passageiro, temporário, transitório.
Eterno/efêmero
Contudo, nem toda
obra de arte pública foi feita para desaparecer. Quando pensamos em monumentos
históricos, por exemplo, a intenção é de que permaneçam com o passar do tempo.
E performances e happenings podem
ser registrados em audiovisual, sendo que, nesse caso, o que permanece é o
registro e não a obra em si.
Temas como a materialidade das obras de arte e a oposição eterno/efêmero são problematizados pela arte contemporânea, pois são questões extremamente ligadas à nossa realidade, ao mundo da velocidade em que vivemos, no qual as notícias de ontem já estão ultrapassadas.
Um importante artista plástico brasileiro, que também discute a questão da durabilidade da obra de arte, é Vik Muniz. Em seus trabalhos faz uso de técnicas diversas e emprega, com frequência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira, entre outros.
Em algumas de suas séries, o produto final é a fotografia da obra, devido à perecibilidade dos materiais empregados.
Temas como a materialidade das obras de arte e a oposição eterno/efêmero são problematizados pela arte contemporânea, pois são questões extremamente ligadas à nossa realidade, ao mundo da velocidade em que vivemos, no qual as notícias de ontem já estão ultrapassadas.
Um importante artista plástico brasileiro, que também discute a questão da durabilidade da obra de arte, é Vik Muniz. Em seus trabalhos faz uso de técnicas diversas e emprega, com frequência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira, entre outros.
Em algumas de suas séries, o produto final é a fotografia da obra, devido à perecibilidade dos materiais empregados.
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Vik Muniz, Mona Lisa.
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Acima, nas
réplicas da Monalisa,
Muniz utilizou geléia e manteiga de amendoim. Depois fotografou. Trata-se,
claramente, uma discussão sobre o eterno versus o
efêmero.
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