quarta-feira, 3 de abril de 2013

Biocombustível de 2ª geração está na rampa de decolagem


Na fronteira entre a ciência aplicada e a produção comercial efetiva, o Brasil tem poucos destaques. O etanol certamente é o mais conhecido internacionalmente. E o país tem tudo para se destacar também na segunda geração desse biocombustível renovável. Trata-se do etanol lignocelulósico, mais facilmente entendido como etanol do bagaço da cana.

Como na década de 1970, quando o álcool chegou às ruas no Brasil, nos últimos anos também vários centros de pesquisas com apoio financeiro privado – desta vez inclusive de players mundiais - estão desenvolvendo tecnologias de produção do carburante mais avançado.
No estágio atual, os trabalhos se concentram em tornar mais eficiente e barata a produção do etanol do bagaço. Mais produtivo que o outro ele é porque as fibras contêm maior teor de açúcares do que no xarope tradicional, segundo a unanimidade dos especialistas, porém sua produção ainda esbarra nas características da lignocelulose: composto químico muito “duro”, que precisa ser “quebrado” em escala industrial.
“O processamento industrial já é conhecido, mas agora precisamos aperfeiçoar a metodologia para torná-lo mais barato”, explica a pesquisadora Maria Aparecida Silva, da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp. O que poderá dar as respostas econômicas em caso positivo das buscas científicas, o que já é vislumbrado a curto prazo por empresas e unidades de pesquisas como o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).
Mesmo com a euforia brasileira com o futuro do Pré-Sal, bem como novas descobertas pelo mundo, o petróleo continuará sendo caro e sempre sujeito a um choque de preços por conta das crises políticas internacionais.
O biocombustível de segunda geração chegará ao consumo partindo da mesma base produtiva da cana de açúcar, portando sem necessidade de aumento da área plantada, e ainda sem concorrer com o etanol convencional, que é extraído do xarope. Extraído do bagaço e até da palha, também não concorre com a produção de açúcar (também do xarope), produto que acaba priorizado pelas usinas quando a demanda internacional é alta e os preços internos do etanol estão baixos. No máximo a concorrência direta é com o uso da fibra para geração de energia elétrica.

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